sábado, 13 de fevereiro de 2010

Paranapiacaba

O dia amanhece com raios de sol, depois de vários dias de chuva, sinto vontade de ir pra rua, sinto vontade de esvaziar-me do caos, quero contato com o solo, com a terra, então vou a esse encontro com a natureza.
Saio da cidade e parto rumo a Paranapiacaba, vou sozinha em busca de mim mesmo, em busca do que não conheço de mim, do que não conheço do outro, do que não conheço dessa Vila que parece que parou no tempo, um tempo onde as pessoas ainda colocam as cadeiras nas varandas, os vizinhos ainda se conhecem, onde não se tem medo de ser gentil.
De repente a chuva chega, continuo andando, a chuva aumenta, ela minha companheira dos últimos dias, mas agora não estou aflita, não tenho que correr pro trabalho nem pra chegar em casa, sinto a chuva como algo que me limpa do mundo, do caos dos últimos dias.
A palavra solidão me cai bem, me faz leve, sem o peso das cobranças.
Ficaria muito tempo nesse lugar, por algumas horas perco a noção de tempo, me preocupo apenas com o espaço que ocupo ou que não ocupo, possibilidades de idas e vindas.
De repente me vejo nua diante do mundo, sou frágil; não quero fugir de mim, então me olho, me encaro, respiro e prossigo.

Nádia

Um comentário:

  1. Olá moça!!!

    Que saudade todos nós sentimos da época em que podíamos colocar as cadeiras na calçada e conversar com os vizinhos que (acreditem ou não) nós conhecíamos. Infelizmente, na conjuntura atual que nos encontramos somente as cidades que "pararam no tempo" podem desfrutar destas regalias. E, realmente, Paranapiacaba nos transmite uma paz tão grande que esquecemos momentaneamente de todo o caos no qual estamos inseridos e passamos a viver apenas a tranqüilidade de uma pequena vila.

    Adorei teu blog.

    bjos...

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