quinta-feira, 19 de janeiro de 2012


Hoje pela manhã o sol brilhou, mas a tarde a chuva caiu, lavei a alma, me renovei com os sorrisos dos meus sobrinhos tomando banho de chuva, como é bom poder parar de correr da chuva.
Fui atrás das coisas velhas, perdidas, lá no passado, esquecidas nas esquinas de Brasília.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Férias

Passei as férias na casa de minha mãe, foi um mergulho em coisas tão distantes e profundas, em sensações esquecidas.
Estava no meio dos meus, a sensação de pertencimento foi forte, parece que compatilhava o mesmo sangue de minha mãe, da minha irmã e sobrinhos, compartilhamos também, risadas e longas conversas. Nossa! Como tínhamos assuntos.
Andei pela cidade, ela não me disse nada, não era a arquitetura de Brasília que fui procurar, fui atraz de tapioca e bolo de mandioca, fui atraz do esquecido, do que sufoco sem perceber.
Me surpreendi como pareço com minha mãe, não apenas fisicamente, mas na personalidade, me reconhecer nela foi estranho e mágico, me sentí mais humana.
Abrí espaço para novas possibilidades, novas Nádias.
Como é bom simplesmente está, simplesmente ser.
Sinto que estou dentro de um trem e que há sempre uma estação na qual vale a pena parar por alguns intantes.

Nádia

terça-feira, 6 de julho de 2010

A casa da minha avó

Falar da casa da minha avó é uma tarefa difícil, primeiro porque saí de São Luís (cidade em que minha avó morava) muito pequena, e segundo porque minha avó não era uma pessoa muito carinhosa, pelo menos comigo não, eu gostava mesmo era do meu avó.
Sempre ia a casa deles nas férias, eu tinha oitos anos quando fui pela última vez, não lembro muita coisa da casa, mas lembro da cidade, era maravilhosa, tinha praia, coisa que não se tem em Brasília que era onde eu morava, gostava de ver as pessoas na rua até tarde como se fosse dia, também tinha o guaraná Jesus, achava o máximo, “Jesus” era verde.
O que eu gostava mesmo era um sítio que meu avô tinha em uma cidadezinha próxima de São Luís, então não podíamos deixar de ir lá, tinha um trem, desses de viagem, eu adorava, isso também não tinha e nem tem em Brasília, o nome da cidade é Coroatá.
Falar da minha avó é falar de São Luís, disso eu lembro, ela se orgulhava de ser Maranhense, dizia que era o lugar onde as pessoas falavam o português correto, acho que isso ficou martelando na minha cabeça, tanto que fui fazer letras, ah se ela tivesse tido uma aula de linguística, se bem que ela não mudaria de opinião jamais.
Eu gostava de ouvir as lendas que cercava à cidade, tem uma praia que tem a estátua de uma sereia, eu morria de medo da estátua, também tem outra praia que tem um castelo, São Luís possui uma arquitetura antiga e histórica; e a dança, essa eu acho que foi minha maior herança, ver o bumba-meu-boi é uma das maravilhas da cidade, também se dança muito raggue, parece a Jamaica.
Acho que falei mais da cidade do que da casa da minha avó, mas São Luís era sua casa; quando ela teve aneurisma levaram-na para Brasília, ela detestou, ficou em Brasília até morrer; sempre falava que queria morrer na sua terra, mas ela não voltou para sua terra, foi enterrada em Brasília, até hoje está fora de sua casa. Anos depois meu avô também foi para Brasília doente, morreu longe de sua terra, também foi enterrado em um lugar pra ele desconhecido. Mais uma vez um nordestino migrou.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Fragmento

"Morrer deve ser tão leve"


Olho em volta e vejo várias cadeiras, essas cadeiras estão repletas de olhares que giram em torno de uma grande tela, essa tela foi feita com esforços de muitos que doaram seu tempo, seu trabalho.

O filme não poderia ser melhor, “Fim da Linha”, fala da relação do ser humano com o dinheiro.

A palavra humana me vem muitas vezes à mente nesse momento, deve ser porque o que está acontecendo é a relação do humano com o humano, o encontro com o verdadeiro.
Deixamos nossas máscaras cair, nos despimos das aparências, ficamos de frente com a verdade, que às vezes dói, que às vezes machuca por descaso, mas hoje não, hoje ela é transformada e transformadora.

E é com pipoca, refrigerante e depoimentos que se encerra mais uma mostra de cinema do Núcleo de Comunicação Marginal.

Por: Nádia Costa
Foto: Leonardo Duarte

quinta-feira, 1 de abril de 2010



"O que eu sinto eu não ajo.

O que ajo não penso.

O que penso não sinto.

Do que sei sou ignorante.

Do que sinto não ignoro.

Não me entendo

E ajo como se

Me entendesse"

CLarice Lispector

domingo, 28 de março de 2010

"Escrever é uma maldição, mas uma maldição que salva. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive. Escrever é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. É também abençoar uma vida".

Carice Lipector